Um fundo bilionário mundial para a Amazônia foi criado e assinado, a fim de atrair recursos para desenvolver projetos para o meio ambiente. A chamada Coalizão LEAF é a responsável por liderar essa iniciativa que já conta com US$ 1 bilhão de dólares.

Nova ação em prol das florestas

Antes de tudo, entenda que a LEAF integra três nações (Reino Unido, Noruega e EUA) e cerca de 20 grandes empresas internacionais, como Bayer, Nestlé, Amazon, Delta Air Lines, Airbnb, Unilever, dentre outras.

O objetivo é gerar recursos financeiros, tanto públicos quanto privados e enviá-los para países ou estados, a fim de diminuir o desmatamento.

A ideia é a mesma do Fundo Amazônia no Brasil, que hoje está com as doações suspensas.

Esse acordo do fundo global conta ainda com a participação do Consórcio de Governadores da Amazônia Legal, do qual fazem parte os nove estados amazônicos. A assinatura do documento aconteceu em Glasgow, cidade que sediou a COP 26 deste ano.

A iniciativa ocorreu graças a Coalizão LEAF e seu US$ 1 bilhão. Dessa forma, tal recurso será mobilizado para as nações e estados que tem como meta a proteção das florestas e a redução do desmatamento.

Tocantins faz proposta a Coalizão LEAF

O estado deseja acessar recursos financeiros de redução na emissão de gases do efeito estufa, que vem do desmatamento e da degradação ambiental. A proposta teve o aval da equipe técnica do LEAF, no entanto, aguarda pelo fim dos trâmites.

A meta é diminuir 15% ao ano do desmatamento ilegal no estado. Em números, isso equivale a 34,5 milhões de toneladas de CO₂.

Do outro lado da negociação, a Coalizão pretende conceder a quantia mínima de 10 dólares por tonelada. Então, caso o Tocantins atinja o seu objetivo, o LEAF lhe dará um financiamento de US$ 345,5 milhões ou R$ 1,9 bilhão de reais.

As exigências da Coalizão

Para adquirir esse apoio financeiro, o estado precisa cumprir com alguns deveres, assim são eles:

  1. Diminuir o desmatamento ilegal é o principal deles;
  2. Atender aos requisitos do padrão internacional rigoroso ART/TREES;
  3. Conseguir a aprovação do governo federal nas negociações.

O estado do Tocantins já está em andamento para cumprir com todas as condições impostas pela Coalizão LEAF.

Um passo à frente para a segurança climática global

Outros estados amazônicos, além do Tocantins, também apresentaram as suas propostas ao LEAF. Assim, oito deles também tiveram suas ideias aprovadas de início pela equipe técnica.

Isso quer dizer que eles estão aptos para negociar com compradores de crédito de carbono. Os governadores celebraram tal resposta, que é um passo à frente rumo a uma maior segurança climática para o planeta.

A Coalizão se formou em abril de 2021 e a sua principal missão é combater a crise ambiental e reduzir por completo a emissão de carbono até 2050, com a colaboração de todos.

Tal iniciativa, de fato, já superou o seu objetivo de angariar recursos de governos e grandes empresas em prol de projetos em larga escala para:

  • Diminuir o desmatamento;
  • Restaurar as florestas tropicais e subtropicais.

As diferenças entre a Coalizão LEAF e o Fundo Amazônia

O modelo desta primeira é muito parecido com a da segunda, no entanto, existem algumas distinções.

A LEAF, que integra governos e empresas privadas, busca atrair de forma voluntária, recursos doados de grandes organizações como:

  • Unilever, Boston Consulting Group;
  • Amazon, McKinsey, GSK, Salesforce;
  • Bayer, Nestlé, Airbnb.

De modo mais recente, também se juntaram à causa E.ON, PwC e Delta Airlines. Além disso, outra diferença é que o Fundo Amazônia tem como meta preservar apenas a sua região Legal, ou seja, as florestas do próprio país.

Já a LEAF é mais aberta, afinal, o seu apoio é para qualquer país ou estado que contribua com a iniciativa, com a intenção de proteger as suas florestas subtropicais e tropicais.

Os oito estados amazônicos compõem os 22 governos nacionais e subnacionais da primeira chamada da Coalizão. Assim, tal iniciativa já abrange a Bacia do Congo, América Central, Sudeste Asiático e Amazônia.

Nações firmam compromisso de acabar com o desmatamento até 2030

Em 1º de novembro, os líderes mundiais prometeram dar um fim ao desmatamento e à degradação ambiental até o final desta década. Dessa maneira, tal anúncio aconteceu na Escócia durante a COP26.

O prazo do acordo chamado de Declaração dos Líderes de Glasgow sobre o Uso de Florestas e Terras, para os ambientalistas é considerado muito distante. De fato, precisa-se criar medidas urgentes agora para salvar as áreas verdes.

Além da redução do desmatamento até 2030, há ainda um apoio financeiro de quase 20 bilhões de dólares.

Sobre esse acordo, 12 nações, dentre elas o Reino Unido, se comprometeu a dar 12 bilhões de dólares entre 2021 e 2025, a fim de auxiliar os países em desenvolvimento a:

  • Reabilitar as áreas desmatadas;
  • Combater os incêndios nas florestas.

Os objetivos do Brasil

Com a reputação negativa devido às suas políticas ambientais, além dos altos índices de desmatamento e emissões de carbono, o país também fez promessas.

Em um evento próximo ao COP26, o Ministro do Meio Ambiente anunciou uma nova meta. Portanto, o objetivo é:

  • Reduzir 50% da emissão de gases do efeito estufa até 2030;
  • Acabar com o lançamento de carbono até 2050;
  • Zerar em sete anos o desmatamento ilegal.

Os desafios do Brasil na COP26

Uma das metas da COP é restringir o aquecimento global em menos de 1,5°C. No entanto, tudo indica que as temperaturas do planeta chegarão a mais de 2°C ainda neste século. Por isso, ações urgentes devem ser tomadas para diminuir as emissões de gases poluentes.

Os altos índices de desmatamento no Brasil, entretanto, afastaram o país das suas metas formalizadas de início no Acordo de Paris.

Junto a isso, não houve muita evolução no plano de restaurar as áreas degradadas. Isso porque, apenas 0,5% dos 12 milhões de hectares prometidos até 2030 foram recuperados. Além disso, a emissão de poluentes no setor de energia aumentou com a atual crise hídrica.

Hoje em dia, o Brasil é uma das nações com maior retrocesso nas promessas feitas a ONU e a população mundial. Então, se comprometer com iniciativas ambientais como a Coalizão LEAF é essencial para preservar as florestas e o planeta.