Árvore pode ser encontrada em diversas regiões do território nacional

A buritirana, buriti-mirim ou xiriri é uma palmeira terrícola que pertence à família Arecacae. Pode ser encontrada ao longo de regiões banhadas pelo Rio Negro e Rio Orenoco em países como:

  • Brasil
  • Colômbia
  • Venezuela

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Como é uma buritirana?

Imagem de FAMAZONIA

Essas plantas possuem uma altura variável entre três e oito metros, com um diâmetro que pode chegar à dez centímetros de espessura. Em sua base se formam touceiras (moitas) muito densas, parecidas com as que podem ser percebidas em plantas de menor porte como o agapanto, a flor-de-leopardo ou a moreia. Conforme apontou o Jardim Botânico do Rio de Janeiro (JBRJ) em um material sobre o assunto, essas seções podem ser compostas por até 50 hastes.

Todas essas características são acompanhadas por um caule de envergadura discreta, percebida em diversos exemplares dessa árvore. Seu tronco se destaca como um dos componentes mais marcantes desse ser vivo, uma vez que é coberto por espinhos cônicos, normalmente medindo três centímetros de comprimento.

Suas folhas seguem um padrão típico de outras palmeiras e se enquadram no modelo flabeliforme (leque), podendo ser contabilizadas entre cinco e nove unidades por indivíduo. Em geral, alcançam entre 30 e 70 centímetros e são esverdeadas.

Seus frutos são similares aos do buriti, sendo ovais e com coloração que pode alterar entre laranja, marrom e verde. Além disso, possuem uma textura escamosa, atingindo uma forte rugosidade a depender de sua maturidade. Nascem em cachos extremamente populosos, sempre localizados no alto das árvores.

Como cultivar uma buritirana?

Essa planta não segue alguns parâmetros comuns para apreciadores desse meio, necessitando de exemplares femininos e masculinos para sua reprodução. Mesmo assim, possui uma forte adaptabilidade a variações climáticas.

Sua necessidade mais presente é referente à sua irrigação, que deve acontecer com frequência. Por isso, muito agricultores optam por plantar suas mudas próximas a faixas d’água, em solo aerado.

Também é válido destacar a carência desses indivíduos por sol pleno ou meia-sombra. Nesses cenários, essas plantas podem adquirir uma coloração branca-azulada extremamente única.

E na botânica?

Imagem de FAMAZONIA

Conceitos acadêmicos podem ser utilizados para descrever aspectos mais específicos da buritirana, a começar por suas folhas. Cada uma delas possui entre cinco e nove contemporâneas e apresentam a bainha parcialmente aberta, com aproximadamente 70 centímetros. O pecíolo tem medidas variáveis entre 30 e 70 centímetros de comprimento, sendo revestido por uma cera na cor branca.

A lâmina foliar é dividida até próximo à sua base, contendo entre 68 e 80 unidades de segmentos pêndulos. As frações de sua porção mediana medem entre 65 e 80 centímetros, possuindo suas faces interiores cerosas e com espinhos em sua margem.

As inflorescências interfoliares são ramificadas, com seu pedúnculo variando entre 20 e 40 centímetros. Por sua vez, a bráctea peduncular permeia entre os seis e sete centímetros enquanto sobrepostas, e quatro e cinco centímetros estriadas. Mesmo assim, o profilo é bem menor, tendo entre dois e quatro centímetros e meio.

Suas flores são estaminadas e simétricas, com cálice e coroa em formato tubular de seis estames. Indivíduos pistilados maiores que os estaminados possuem essa mesma aparência.

Por fim, vale destacar as especificações dos frutos da buritirana. Com formato oblongo-elipsoide, esses elementos possuem entre quatro e cinco centímetros, tendo um epicarpo revestido por escamas sobrepostas. Seu mesocarpo é esbranquiçado e muito denso, com um endocarpo diferenciado e endosperma homogêneo.

Segundo pesquisadores…

Em estudos científicos, a buritirana é catalogada como Mauritiella aculeata. Suas especificações são:

Mauritiella aculeata

Reino Plantae
Filo Tracheophyta
Classe Liliopsida
Ordem Arecales
Família Arecaceae
Gênero Mauritiella

 

Assim como em diversos outros meios, estudos mais aprofundados são desenvolvidos com base em acervos particulares. No Brasil, a coleção mais volumosa dessa categoria pertence ao Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), com 29 exemplares.

No entanto, instituições como o herbário Maria Eneyda P. Kaufmann Fidalgo e a Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) também somam uma quantidade considerável de indivíduos, mesmo em números mais baixos se comparados à entidade citada anteriormente.

A contribuição econômica da buritirana

Financeiramente, a buritirana é muito valorizada entre apreciadores e colecionadores de palmeiras, sendo uma espécie extremamente rara de se encontrar em cultivo. Além disso, possui uma aplicação ampla através do paisagismo, sendo uma das alternativas mais ousadas para profissionais desse meio.

Mesmo assim, a utilização de seus frutos através do cotidiano social pode ser considerada a principal contribuição econômica dessa árvore. Afinal, esses itens possuem inúmeras funcionalidades, principalmente na vertente gastronômica, que aproveita sua polpa para a produção de sucos e outras receitas.

Além disso, a buritirana é muito usada em produtos artesanais, sobretudo para o setor da moda. A confecção de acessórios como anéis, brincos e colares é apreciada em diversas regiões do Brasil, com produtos sendo vendidos em inúmeros endereços físicos e eletrônicos.

Na Amazônia…

Por não ser endêmica do Brasil, a buritirana dificilmente é encontrada em território nacional. Mesmo assim, seguindo a tendência de diversas outras espécies, a árvore tem na Amazônia um cenário extremamente positivo para seu desenvolvimento natural, sem interferência humana.

Vale destacar que isso não impede a disseminação de exemplares por outras regiões do país. Pesquisas indicam que a caatinga e o cerrado contam com indivíduos dessa categoria em suas extensões, mas em menor número.