Muitos questionam se é viável reflorestar a Amazônia, a maior floresta do mundo. Sem dúvida, tal plano seria uma maneira de ajudar no combate contra o aquecimento global e as consequentes mudanças climáticas, então veja quais projetos ambientais estão em ação.

Desmatamento é um dos principais causadores do aquecimento global

5 de setembro é comemorado o Dia da Amazônia. Por isso, muito tem se falado sobre como o Brasil pode contribuir para lutar contra as mudanças do clima.

Ela é a maior floresta tropical do planeta e tem um bioma muito rico quando se trata da sua biodiversidade. Além disso, é fonte de diversos recursos naturais e abriga várias tribos indígenas, que dependem dela para sobreviver.

Mesmo com toda essa exuberância e poder, o aquecimento global é uma realidade que se faz cada vez mais presente. Assim, é isso que mostram os mais recentes relatórios divulgados, inclusive, pela ONU.

As principais causas dessas alterações climáticas são as emissões de gases do efeito estufa, ou seja: queima de combustíveis fósseis.

Eles, devido a ação humana, contribuem para o aumento da temperatura no planeta e suas consequências no mundo. Mas, uma maneira de refrear esses desastres, é o reflorestamento da Amazônia.

Reflorestar é preciso

Os estudiosos acreditam que é sim possível reflorestar a Amazônia, mas tudo depende de onde e como fazer isso.

A Assembleia da ONU expressou que entre 2021 e 2030, acontecerá a restauração dos ecossistemas.

De fato, a ideia principal é restabelecer as áreas impactadas, lançando ações eficazes para combater a crise do clima, bem como a alimentar, hídrica e a perda de espécies da fauna e flora.

Fica claro que o reflorestamento é uma necessidade, no entanto, a questão é como fazer isso. Assim, a iniciativa não é apenas plantar o maior número de mudas possível. Reflorestar então, é um meio para atingir um objetivo e não um fim por si só.

As 10 regras para o reflorestamento

Imagem de duas pessoas plantando mudas na terra

Sabe-se que o processo não é tão simples, portanto, é fundamental levar os seguintes critérios em conta:

  1. Acima de tudo, deve-se proteger a floresta que já existe;
  2. Realizar uma ação conjunta, envolvendo órgãos oficiais e comunidades;
  3. Expandir a recuperação das várias espécies, a fim de atender a diversos objetivos;
  4. Fazer um estudo das melhores áreas para a restauração;
  5. Usar a regeneração natural;
  6. Selecionar as mudas que mais favorecem a biodiversidade;
  7. Escolher materiais vegetais resistentes;
  8. Planejar a infraestrutura, levando em conta a capacidade e a provisão de sementes;
  9. Ter uma abordagem adaptativa;
  10. Fazer valer a sustentabilidade econômica da ação.

Veja a seguir, alguns dos principais projetos ambientais de reflorestamento que estão em andamento no país.

1 – Corredor Verde

O objetivo aqui é criar uma conexão entre a Amazônia e o Cerrado. Assim, a primeira fase já chegou ao fim, com o plantio de 80 mil árvores nativas em um município do Pará.

A ideia é reflorestar cerca de 1 milhão de hectares nas margens dos rios Araguaia e Tocantins. De fato, esse corredor de biodiversidade vai passar por regiões como:

  • Mato Grosso do Sul;
  • Goiás;
  • Mato Grosso;
  • Tocantins;
  • Maranhão.

Uma grande porção dessas áreas foram degradadas, bem como desmatadas. Com esse projeto, a missão é restaurar esses terrenos com espécies amazônicas e do Cerrado, cerca de quase 2 bilhões de árvores.

No caso deste segundo bioma, o desmatamento já superou 70% da sua área natural total por meio da agricultura.

O Corredor Verde vai conectar os 30% restantes. Dessa forma, milhares de espécies serão salvas e isso vai converter as terras agricultáveis em florestas nativas.

Recuperar o meio ambiente também é bom para a economia

Ainda sobre este plano de reflorestamento, a fundação idealizadora precisa do apoio dos produtores rurais. Isso porque entre os mais de 110 municípios envolvidos no projeto, o Corredor passa por quase 24 mil imóveis, sendo que 96% são particulares.

Cada uma delas, vai destinar 20% de seus terrenos para áreas de preservação. Assim, de todas essas fazendas, cerca de 14 mil delas, contam com déficits de reservas legais.

O objetivo é que elas se unam a parques nacionais e também as reservas indígenas, com isso, a ideia é formar um mosaico de habitats naturais.

As vantagens ambientais, econômicas e sociais

Uma pesquisa indicou que recuperar essa vegetação é rentável e tem a capacidade de gerar mais de 21 bilhões de dólares em cinco décadas. Além disso, também há outros benefícios como:

  • O surgimento de 38 mil trabalhos;
  • Diminuição de 527 milhões de toneladas de solos erosivos;
  • A captura de mais de 262 milhões de toneladas de carbono originado do plantio das espécies.

2 – Eneva e Embrapa

Essa parceria pretende reflorestar dois municípios do Amazonas. Essa ação, de fato, quer beneficiar as famílias de agricultores que moram em uma área de 8 hectares (80 mil m²), ou seja, oito campos de futebol.

A Eneva é uma empresa de gás natural que junto com a Embrapa, deseja implantar sistemas agroflorestais de produção nesse estado.

Para isso, as duas organizações vão usar tecnologias, bem como recursos para desenvolver ações sustentáveis no plantio de espécies nativas.

Os agricultores vão receber benefícios como cursos de capacitação técnica para o manejo agrícola. Então, o intuito é integrar mulheres e jovens para que tenham um papel mais ativo em prol da educação ambiental e restauração da área em que vivem.

A expectativa desse projeto

Em dois anos, ambas esperam ter viveiros com espécies de árvores nativas, por exemplo, andiroba, castanheira e muitas outras. A fim de usá-las no reflorestamento e integrá-las também no sistema de produção.

A Eneva conta ainda com o Projeto Azulão-Jaguatirica, que contém planos de assegurar:

  • A segurança alimentar;
  • Geração de renda sustentável;
  • Produção de alimentos, a fim de reduzir a fome e a pobreza no Amazonas.

Reflorestamento requer planejamento

De modo resumido, é possível reflorestar a maior floresta do mundo, além disso, tal fato é uma necessidade. Entretanto, deve contar com um bom plano estratégico, para uma implantação adequada.

O desmatamento é uma questão urgente e um dos maiores desafios ambientais que o mundo vem enfrentando. Dessa forma, é essencial lutar contra ele, mas isso não deve ser feito de qualquer jeito.

Requer também a ação coletiva entre órgãos ambientais, empresas e comunidade. Pois o planeta é a moradia de todos, portanto, somente um plano em conjunto pode frear o aquecimento global e suas consequências.