O primeiro semestre de 2021 na Amazônia mostrou dados preocupantes sobre o desmatamento na região, onde cerca de 3.325 km² de áreas foram perdidas. Assim, acompanhe e descubra o que o governo brasileiro pretende fazer para controlar a situação.

Veja como está o desmatamento em 2021 no país

A área em alerta de desmate na Amazônia Legal é a maior em seis anos, de acordo com o Inpe, responsável pelo monitoramento.

Esses dados são de 1º de janeiro a 25 de junho, sem contar os últimos cinco dias do sexto mês do ano. Para se ter uma noção da dimensão de 3.325 km² de área, é o equivalente a duas São Paulo.

O estado mais afetado, no entanto, foi o Pará, representando mais de um terço, ou seja, 1.251,96 km².

Entenda como funciona o sistema do Inpe

O chamado Deter (Sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real) envia sinais quando há qualquer alteração no terreno acima de 3 hectares. Dessa forma, isso é registrado tanto em áreas desmatadas quanto naquelas sob degradação florestal, isto é:

  • Exploração de madeira;
  • Mineração;
  • Queimadas, dentre outras.

Neste ano, março, abril e maio quebraram recordes. O mês de junho, por outro lado, mesmo alto, ainda está abaixo dos índices apresentados em 2019 e 2020.

Risco de incêndios florestais também estão em jogo

Nesta grande área desmatada, há ainda o risco de que ela sofra queimadas, de acordo com o Ipam e o Woodwell Climate Research.

Segundo eles, é preciso ficar de olho nessa região mais ao sul do bioma, a fim de combater o fogo. Em especial, devido a seca intensa causada pelo fenômeno La Ninã.

Estima-se que existam cerca de 5 mil quilômetros de área em risco, ou seja, o equivalente a quatro cidades de SP.

A queimada é, de fato, a última etapa do processo de desmatamento. Afinal, o terreno está com a vegetação derrubada e seca, assim só falta alguém vir e incendiar o resto. Esse é o jeito mais barato para limpar a área, uma prática ilegal que é bem comum no Brasil.

O desmate em maio foi o maior desde 2016

Para quem não sabe, a Amazônia Legal representa 59% do território do Brasil. Além disso, abrange 9 estados, dentre eles:

  • Acre;
  • Mato Grosso;
  • Amapá;
  • Pará;
  • Rondônia;
  • Amazona;
  • Roraima;
  • Tocantins;
  • E uma parte do Maranhão.

Mais uma vez, o Pará liderou o ranking, desmatando 425 km² em maio, ou seja, 36% do total registrado até o dia 28.

Logo em seguida, a região do Amazonas com 289 km² e o Mato Grosso, em terceiro, com 242 km². Por outro lado, em Rondônia o desmate chegou a 180 km², no Acre 31 km² e no Maranhão, 11 km².

Os estados de Roraima e Tocantins, cada um com 1 km², por fim, o Amapá não teve nenhum quilômetro de área perdida.

Nos últimos tempos o desmatamento na Amazônia só tem piorado

A situação na Amazônia vem piorando cada vez mais, com índices bem alarmantes. Dessa maneira, chegou a tal ponto que o país vem sofrendo pressão do exterior para resolver essa questão com políticas voltadas para a proteção às florestas.

Em junho de 2021, houve 2.308 focos de calor em terrenos que estariam sendo desmatados. Isso é 2,6% a mais do que no ano passado no mesmo mês. Aliás, em 2020, o índice já era considerado um recorde histórico, de acordo com o Inpe.

Todos esses registros são bem preocupantes, porque a temporada de fogo nem mesmo teve início. Já que ela começa em agosto e tem cerca de quatro meses de duração. Assim, nos últimos 30 anos, cerca de 428 mil km² foram desmatados na região Amazônica.

Os planos do governo brasileiro para o futuro ambiental do país

Joaquim Levy, ex-ministro da Fazenda, vinha estudando maneiras de reduzir a emissão de gás carbônico no país. Algo que vem sendo muito cobrado por diversos países.

O desafio do Brasil, contudo, se resume em duas frentes. Dessa maneira, a primeira é fazer com que a lei de combate ao desmatamento ilegal na Amazônia seja cumprida. Aliás, esses índices cada vez mais altos tem feito o país ser desmoralizado no exterior.

A segunda frente é ter um bom plano de como diminuir a emissão de carbono na atmosfera.

O governo brasileiro vai enviar os militares para fiscalizar a Amazônia

Hamilton Mourão, vice-presidente do Brasil, declarou que vai mandar 3 mil militares das Forças Armadas para apoiar o combate ao desmatamento. De fato, essa investida tem o nome de “Operação Samaúma”.

A meta de Mourão é diminuir de 10% a 12% o desmate na região. Vale destacar que nos meses anteriores, os militares estavam na área fiscalizando, mas depois de um tempo saíram do local. Com isso, os números voltaram a subir novamente.

O plano é que eles fiquem na floresta até o final do mês de agosto. No entanto, o prazo pode se estender, caso o governo ache preciso.

Segundo Mourão, a ação militar na área segura o avanço tanto do desmatamento quanto das queimadas.

Índice de desmatamento em unidades de conservação federal crescem

Em maio deste ano, em comparação a 2020, houve um aumento de 312%. As florestas sob proteção são vigiadas pelo ICMBio e perderam cerca de 11.296 hectares, no ano passado no mesmo período, o número chegou a 2.741 hectares.

O Brasil está se preparando para a Conferência do Clima

Todas as medidas que o governo está tomando é para que os índices de desmatamento diminuam. Já que a COP-26 acontece em novembro, logo, reduzindo os números alarmantes, a pressão dos outros países será menor.

Entre essas medidas, está a contratação de mil brigadistas pelo MMA. Além disso, a Operação Samaúma vai atuar em 26 municípios do Amazonas, Mato Grosso, Pará e Rondônia. Onde o desmatamento tem sido maior.

Os custos não foram divulgados, mas sabe-se que na operação anterior, chamada de Verde Brasil 2, a despesa foi de R$ 410 milhões. Aliás, isso aconteceu entre maio de 2020 e abril de 2021.

Samaúma é uma homenagem à maior árvore da floresta amazônica, que mede cerca de 70 metros de altura.

Faça a sua parte e ajude na preservação das florestas você também, por meio do FAMAZONIA Foundation. Saiba mais sobre a ONG e seus projetos.