Considerada o pulmão do mundo, a Amazônia representa equilíbrio ambiental e preservação da vida humana

A Amazônia é uma floresta essencial não só para o Brasil, mas para o mundo. A sua destruição representa o desequilíbrio ambiental que ameaça a sobrevivência da humanidade e do Planeta.

Um dos papéis fundamentais da floresta amazônica é estabilizar o clima global, influenciar o regime de chuvas e levar umidade para toda a América do Sul. Além disso, a biodiversidade garante a sustentabilidade natural para todas as espécies de fauna e flora. Além disso, o Rio Amazonas é responsável por quase um quinto das águas doces que desaguam nos oceanos no mundo.

Chuvas para a América do Sul

O regime de chuvas é provocado pela umidade da floresta tropical, produzindo imensas quantidades de água. Conhecida9 como “rios voadores”, a água gerada pela evapotranspiração influencia nas chuvas do Brasil e demais países da América do Sul, como Bolívia, Argentina, Uruguai e extremo sul do Chile. No Brasil, a Bacia Amazônica leva umidade para as regiões Centro-Oeste, Sudeste e Sul.

Com base em vários estudos, o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia constatou que apenas uma árvore com copa de 10 metros de diâmetro bombeia cerca de 300 litros de água em forma de vapor por dia na atmosfera. Isso é mais que o dobro da água usada diariamente por um brasileiro.

Já uma árvore com copa de 20 metros de diâmetro evapora mais de 1.000 litros por dia. Essa quantidade de água é suficiente para gerar chuva suficiente para irrigar lavouras, encher rios e represas. O alto índice de desmatamento e de queimadas tem prejudicado o regime de chuvas. Não à toa, o país já vive a sua pior seca em 91 anos.

Emergência hídrica

A crise hídrica já ameaça o fornecimento de energia no país, causando risco de apagão. O governo federal emitiu um alerta de emergência hídrica para o período de junho a setembro para cinco estados, entre eles São Paulo.

Como principais causas estão:

  • Desmatamento da Amazônia;
  • Aquecimento global;
  • O fenômeno La Niña.

A falta de chuvas também influencia na qualidade da lavoura, causando impactos negativos na agropecuária. Segundo o Sistema Nacional de Meteorologia (SNM), o déficit de chuvas é considerado severo e ameaça o agronegócio brasileiro.

Esse é um dos vários motivos para preservar a floresta tropical brasileira. Caso isso não ocorra, a produção de alimentos e de energia no Brasil pode estar em perigo. O efeito em cadeia é inevitável.

O desmatamento afeta a rota dos rios e, consequentemente, afeta o regime de chuvas no restante do país, comprometendo atividades econômicas. Ao afetar a economia, problemas sociais são intensificados, como a fome e a desigualdade social.

Imagem de sapo na chuva segurando folha
Imagem de Envolverde

Mudanças climáticas

As florestas tropicais, inclusive a Amazônia, são responsáveis pelo armazenamento de 90 bilhões a 140 bilhões de toneladas métricas de carbono. A ação dos biomas é importante porque estabiliza o clima em todo o mundo. Enquanto isso, as florestas degradadas são as maiores fontes de emissões de gases do efeito estufa. Elas perdem apenas para a queima de combustíveis fósseis.

Para reter e armazenar carbono, as florestas precisam estar saudáveis, ou seja, preservadas. Porém, a intervenção humana tem levado a Amazônia a uma devastação desenfreada. Não só o desmatamento contribui para o aumentar as emissões de gases do efeito estufa, mas também o uso agrícola e a extração de madeira colaboram para desestabilizar o clima.

Pensando em uma maneira de ajudar na preservação de ecossistemas, diversos países se uniram para firmar o Acordo de Paris, em 2015. Uma das principais finalidades é impedir que a temperatura média do planeta não suba além de 2º C. Mas isso depende muito da preservação das florestas.

De acordo com dados da Organização das Nações Unidas (ONU), já em 2015, o Brasil estava entre os dez países que mais emitem gases do efeito estufa no mundo. A contribuição brasileira à atmosfera representa 2,48% das emissões dos gases.

Para tentar resolver o problema, o governo brasileiro se comprometeu a reduzir em 43% as emissões de gases do efeito estufa até 2030. Para isso, seria necessário:

  • Aumentar a participação de energia sustentável em sua matriz energética;
  • Reflorestar 12 milhões de hectares de florestas;
  • Fortalecer políticas e medidas com o objetivo de zerar até 2030 o desmatamento ilegal na Amazônia Legal;
  • Compensação das emissões de gases de efeito estufa provenientes da supressão legal da vegetação até 2030.

Embora o país tenha se comprometido internacionalmente com a preservação do meio ambiente, nada foi feito com esse objetivo. Muito pelo contrário. O que se vê é o desmatamento crescente, invasão de terras públicas, queimadas e perseguição aos povos indígenas.

Por que preservar?

A biodiversidade da floresta amazônica é essencial para o equilíbrio ambiental do planeta. Até o momento, pouco se conhece sobre as milhares de espécies presentes nesse bioma. O que sabemos é que se não garantirmos a preservação da floresta tropical, prejudicamos a sustentabilidade natural de todas as formas de vida existentes na região e de outros ecossistemas que dependem da Amazônia.

Por exemplo, o recife de corais da Amazônia, entre a foz do Amazonas e o Caribe, serve como refúgio para corais ameaçados pelo aquecimento global. Destruí-los significa riscos de degradação dos oceanos.

A agricultura também é beneficiada com a biodiversidade da Amazônia. Áreas plantadas com florestas saudáveis em seu entorno são mais ricas de polinizadores. Plantações de alimentos, como café, milho e soja dependem da polinização para terem qualidade.

Por essas e outras razões, a biodiversidade da Amazônia deve ser preservada. Disso depende qualquer meio de vida, inclusive dos humanos.