Foi anunciada pela União Europeia que o crescimento no mercado agrícola é uma grande ameaça às florestas e o bloco europeu afirmou o compromisso em impedir que as cadeias produtivas promovam danos ao meio ambiente, sobretudo à Amazônia.

O anúncio foi passado pelo comissário da União Europeia de assuntos relacionados ao Meio Ambiente, Virginijus Sinkeviius, em um diálogo com 18 governos, incluindo o Brasil e como aquecimento para a COP 26, que ocorrerá em Glasgow, no Reino Unido.

O governo brasileiro determinou que a chefe da pasta de Agricultura, Tereza Cristina, enviasse uma mensagem pré-gravada durante o momento da inciativa. O projeto tem como escopo afirmar um compromisso entre o setor da agricultura e o meio ambiente.

Por outro lado, por parte dos países estrangeiros, busca-se que as exportações brasileiras de commodities não sejam fruto de desmatamento. Ocorre que no cenário nacional há certo receio de que haja algum prejuízo às exportações brasileiras.

A União Europeia pretende forçar que os países integrantes do bloco europeu não comprem produtos oriundos de desmatamento. O comissário ainda afirmou que não basta apenas que se lute contra a compra de madeira ilegal, mas que se atente também ao mercado agrícola, afirma.

Ainda segundo Sinkeviius, o desmatamento, nos dias atuais, representa cerca de 20% das emissões de CO2 na atmosfera, por isso é importante que se aumente o combate à devastação.

O maior desafio para União Europeia é impedir a entrada de produtos agrícolas fonte desmatamento e também de madeira ilegal nos países europeus. Para isso, uma das exigências será que as importadoras passem por um controle mais rígido sob seus abastecimentos, cujas regras serão similares àquelas a quem pratica pesca ilegal.

O Reino Unido reafirmou que a principal fonte de desmatamento é originária da exportação de commodities. A Alemanha também prima por um abastecimento isento de desmatamento.

Por outro lado, na Assembleia Geral da ONU, o atual presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, anunciou em tom de ameaça que iria divulgar uma lista de países estrangeiros que estava comprando madeira ilegal brasileira oriunda da Amazônia.

Mesmo assim a pressão sob o governo brasileiro tem aumentado nos últimos dias, levando a crer, portanto, que as exportações brasileiras poderiam sofrer reduções caso nada seja feito.

Daí com o medo da pressão internacional, Tereza Cristina, responsável pela pasta agrícola, afirmou que o Brasil está disposto a um mercado pautado no desenvolvimento sustentável e no respeito ao meio ambiente.

A discussão também contou com a presença de André Guimarães, diretor do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia. André lembrou que 25% do PIB brasileiro são decorrentes da agricultura, sendo que 90% da agricultura dependem do regime de chuvas: “Desmatar a Amazônia é o mesmo que acabar com o futuro brasileiro e o abastecimento de produtos alimentícios para o mundo”, alerta o diretor.

“Desmatar é uma péssima opção para nosso país, necessitamos da Amazônia para fornecer água para toda agricultura brasileira”, ressalta André. Para ele, as políticas públicas devem ser embasadas cientificamente.

A COP 26

Glasgow, no Reino Unido, foi a cidade escolhida para sediar o próximo encontro COP26 Climate Summit. É um evento que espera a reunião de mais de 30 mil pessoas de todo o mundo, será o maior evento realizado na cidade.

A presidente da COP26 afirmou que a cidade Glasgow será um espelho a ser seguido por todo o mundo, uma vez que é uma das cidades mais sustentáveis do Reino Unido. Por isso, servirá de retrato para outros lugares.

Além disso, servirá para reafirmar o compromisso do Reino Unido com as questões ambientais. Será uma reunião com os líderes mundiais a fim de discutir como será o futuro ambiental do planeta.

Será um grande teste para os países da esfera internacional a fim de que se comprometam com as questões ambientais. Tudo isso em conformidade com o Acordo de Paris.

Entenda o Acordo de Paris

O Acordo de Paris é um compromisso global acerca das mudanças climáticas e objetiva a redução de gases do efeito estufa.

É acordo que começou a ser assinado no ano de 2015 e com vigência a partir de 2016. Até o ano de 2017, 195 países já havia assinado e ratificado tal compromisso. E seu principal objetivo é diminuir a emissão de gases do efeito estufa.

Além disso, uma das metas do Acordo de Paris é oferecer suporte tecnológico a países subdesenvolvidos com o objetivo de auxiliar na diminuição dos gases do efeito estufa.

O Brasil assinou o acordo no ano de 2015 e comprometeu, até o ano de 2025, reduzir a emissão dos gases do efeito estufa em 37% e até o ano de 2030 em 43%. As principais metas do governo brasileiro são:

  • Primar no uso de fonte alternativa de energia;
  • Valer-se de tecnologia mais limpa;
  • Melhorar o sistema de transportes;
  • Reduzir o desmatamento;
  • Restaurar e reflorestar 20 milhões de hectares.